O projecto para a realização de um novo edifício para a Loja do Cidadão de 2ª Geração em Guimarães foi abordado como uma excepcional ocasião para propor uma nova tipologia de equipamento para a comunidade urbana. Consideramos que no futuro os edifícios da Loja do Cidadão deveriam passar a constituir-se como equipamentos com carácter próprio, substituindo lentamente a imagem adquirida de serviços instalados em edifícios anónimos e desta forma passarem a constituir-se como edifícios de referencia para os cidadãos. Como num passado recente, as Garagens de Automóveis os Edifícios dos Correios ou os Cinemas, respondendo a serviços até então inexistentes, contribuíram para a construção da cidade Moderna, a Loja do Cidadão, será na nossa opinião um dos equipamentos mais importantes da sociedade contemporânea, uma vez que representa hoje o carácter de uma sociedade civil, democrática e eficiente.

O projecto propõe a introdução de novas qualidades e novas identidades para comunicar através da Arquitectura uma pratica social cada vez mais próxima dos cidadãos. A geometria do lote e os condicionamentos do programa foram os pontos de partida para a formulação do projecto. Um edifício preexistente e uma área não construída com uma geometria irregular constituem os elementos físicos a partir dos quais se pretende articular um específico programa funcional.

A preexistência, composta por uma casa de tipo unifamilair e um conjunto de anexos e acrescentos, encontra-se bastante degradada. O acrescento é constituído por um corpo semienterrado, encostado a duas das facadas da casa, obstruindo completamente um eventual pátio preexistente localizado a Sul. Dada a deficiente qualidade construtiva desta parte da preexistência o projecto prevê a sua demolição assim como a do anexo localizado no extremo Sudeste do lote.