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de Massarelos à Ponte D. Maria, Porto, Portugal
2007

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A filosofia geral de abordagem à problemática de projecto parte das condicionantes e linhas orientadoras do concurso para desenvolver algumas ideias estruturantes do programa de intervenção, integrado num território urbano mais alargado.

Acessibilidade, recuperação do património edificado e introdução de novas funções são os principais momentos estruturantes do projecto.

Ao contrário dos waterfront marítimos, os waterfront fluviais reclamam uma visão de conjunto das duas margens.  

No Porto, como em Roma, Berlim, Paris, Turim, Bordéus, o problema é como reintegrar o rio na cidade, como fazer do waterfront uma mais valia e um elemento de identidade.

Das experiências internacionais algumas linhas de acção resultam com evidência.

Os waterfront fluviais propõem o acesso e a continuidade pedonal. As novas frentes ribeirinhas são caracterizadas pelos percursos pedonais e ciclo vias, pela continuidade dos espaços públicos, pelos acessos aos cais.

Desde os waterfront os percursos pedonais entram na cidade segundo uma estratégia de reconexão e de recosedura.

A Modernidade do Porto inicia com a Ponte D. Maria de Eiffel. Das pontes, provavelmente estarão ainda dependente o seu desenvolvimento e a sua imagem.

O rio é o elemento natural sobre o qual se concentra em grande parte a atenção para a sustentabilidade e a continuidade ambiental.

Nos programas de requalificação das frentes ribeirinhas, a realização, segundo um plano estratégico, de um sistema de obras públicas, de infraestruturas e intervenções para um saneamento ambiental e a consolidação geotécnica, constituem a base através da qual iniciar um processo de intervenção.

Dar forma arquitectónica e paisagísticas às áreas degradadas e abandonadas das suas encostas a pique sobre o rio seja daquelas parte já construídas, seja daquelas onde se edificam vazios urbanos em degradação, constitui uma precisa linha de intervenção.

Como em um espelho virtual a frente ribeirinha pede de ser vista do outro lado. As intervenções previstas querem prefigurar novos pontos de vista, imaginar a transformação da arquitectura das frentes ribeirinhas durante as horas do dia e apanhar a sua nova imagem nocturna.