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 Arquitectura Portuguesa Contemporânea 1991-2001, 2001
Fátima Fernandes, Michele Cannatà
Asa Editora


ISBN:
9789724127064

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No mundo do efémero, da moda e das imagens, a arquitectura parece ter cada vez mais espaço. As conotações das linguagens veiculadas pelas revistas da especialidade, mais do que exprimir as condições dos contextos em que as obras se realizam, evidenciam as qualidades intrínsecas da obra em relação à produção individual do arquitecto.
Temos a estranha sensação de que a produção arquitectónica da prática artística, expressão material da cultura de uma sociedade, se esteja a transformar numa forma de arte de consumo que, como qualquer outro produto, é publicitada e vendida.
A facilidade de troca de informação tecnológica e material de um continente ao outro permite, teoricamente, anular as distâncias geográficas e culturais, deixando entrever, também na produção arquitectónica, possibilidades infinitas para a experimentação e aproximação a expressões mais avançadas.
A iniciativa cultural proposta pretende, através de um balanço da produção arquitectónica portuguesa dos últimos dez anos, verificar o grau de originalidade e o nível de contaminação das linguagens num confronto o mais amplo possível entre as obras de várias gerações de arquitectos. Uma leitura transversal das várias orientações de pesquisa e de experimentação, para tentar delimitar o território em que se move uma infinidade de produtos e formas variadas.
Compreender as tendências, os lugares e as formações profissionais, a relação entre território e arquitectura, a relação com os utilizadores da arquitectura, continuidade e ruptura com a história e com a tradição são alguns dos temas que cruzam intervenções críticas e obras, construindo o quadro da produção arquitectónica recente.
A selecção dos arquitectos parte do reconhecimento da qualidade das obras produzidas em função de uma responsabilidade crítica que pertence aos autores da iniciativa. Existem omissões devidas à impossibilidade de conhecer tudo e todos, omissões por auto-exclusão de alguns autores que, por vários motivos, não quiseram participar e omissões voluntárias que são expressão clara de discordância relativamente a produtos que entendemos não poderem ser considerados arquitectura.